O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou em 04/08/2025 os dados do Novo Caged referentes à movimentação do mercado de trabalho formal no mês de junho de 2025.
Análise Mensal
Em junho, o Espírito Santo encerrou 3.348 postos formais de trabalho, sendo registradas 46.033 admissões e 49.381 desligamentos no período.
Do ponto de vista setorial, as vagas encerradas estavam concentradas, sobretudo, na agropecuária, que registrou a perda de 4.893 postos de emprego formal. No período, o setor de serviços também apresentou saldos negativos (-42), enquanto os demais setores registraram a criação de novos postos: comércio (+1.193) e indústria (+394).
Na agropecuária, o encerramento de vagas formais foi influenciado, sobretudo, pelas atividades relacionadas ao cultivo de café, que responderam pelo fechamento de 3.749 postos no mês, movimento associado à aproximação do fim do período de colheita.
Já no setor de serviços, o fechamento de vagas foi motivado, principalmente, pelas atividades administrativas e de apoio, que registraram saldo negativo de 705 postos.
Os resultados positivos da indústria capixaba foram impulsionados principalmente pela indústria de construção, que abriu 357 vagas, com destaque para os serviços especializados para construção (+207). A indústria de transformação também registrou a abertura de novas vagas (+119), destacando-se as atividades de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (+190), fabricação de produtos alimentícios (+120) e fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (+115).
Por fim, o bom desempenho do emprego formal nas atividades comerciais em maio foi puxado, especialmente, pela geração de empregos formais no comércio varejista (+638). Além disso, o comércio por atacado (+229) e o comércio e reparação de veículos automotores (+326) também apresentaram saldos positivos.
Análise do 1º semestre
Entre janeiro e junho de 2025, o Espírito Santo registrou a abertura de 20.527 vagas de emprego formal, resultado da diferença entre 307.308 admissões e 286.781 desligamentos no período. Com a incorporação dessas novas vagas, o estado alcançou um total de 929.938 empregos formais entre janeiro e maio de 2025, que reflete um crescimento de 2,3% em relação ao registrado ao final de 2024.
No período, todos os setores econômicos apresentaram saldos positivos de empregos formais. Nesse sentido, a geração de novas vagas no estado foi impulsionada principalmente pela agropecuária (+7.429), seguida pelos setores de serviços (+7.118), indústria (+5.575) e comércio (+405).
No estado, 62 dos 78 municípios registraram resultado positivo no primeiro semestre do ano, sendo Aracruz (+4.163), Serra (+2.773) e Linhares (+1.983) os municípios com os maiores saldos líquidos no período, conforme pode ser verificado no painel abaixo.
No mesmo período, o mercado de trabalho nacional contabilizou a criação líquida de aproximadamente 1,22 milhão de novos postos formais, com a maior parte das novas vagas concentrada nos estados de São Paulo (+349,9 mil), Minas Gerais (+149,3 mil) e Paraná (+94,2 mil). Assim, o estoque total de empregos formais no país chegou a 48,4 milhões.
Confira mais informações sobre a movimentação do emprego formal nos municípios capixabas no painel a seguir.
Diferenças metodológicas entre o Caged e o Novo Caged
De 1992 a 2019 as informações sobre o mercado de trabalho formal foram registradas e divulgadas como fonte pelo Caged. A partir de janeiro de 2020, estas passaram a ter como fonte o Novo Caged.
O Novo Caged conta com as informações do eSocial. O eSocial foi instituído em pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, com objetivo de concentrar em um único sistema diversas informações de empresas e trabalhadores, unificando registros fiscais, previdenciários e trabalhistas. Além do eSocial, o Novo Caged incorpora imputação de dados que vem do antigo Caged e do Web empregador, para complementar informação de desligamento. É, portanto, mais abrangente do que o Caged que só concentrava informações de admissões e desligamentos sob o regime CLT.
A captação de registros de admissões e desligamentos pelo Novo Caged passou a ter maior cobertura, dado que, além dos empregados sob o regime CLT, passou a cobrir os trabalhadores temporários, trabalhadores avulsos, agentes públicos, trabalhadores cedidos, dirigentes sindicais, contribuintes individuais e bolsistas. Estes não eram registrados no Caged ou a declaração era opcional, como a de vínculos temporários, o que para o Novo Caged passou a ser obrigatória. Com estas modificações, o volume das movimentações captadas pelo Novo Caged tende a ser maior. Estas diferenças de captação prejudicam a comparação da série ao longo do tempo, a qual deve ser realizada com as devidas ressalvas metodológicas.