Após dois resultados negativos consecutivos, o PIB da União Europeia avançou 1,9% no 2º trimestre em relação ao trimestre imediatamente anterior, com o ajuste sazonal. Nesta base de comparação, todos os países do bloco com dados disponibilizados pela Eurostat apresentaram aumento do PIB, tais como a França (0,9%), a Itália (2,7%) e a Espanha (2,8%). Além de países europeus, a China (1,3%), os Estados Unidos (1,6%) e o Japão (0,3%) também registraram crescimento do PIB do período.
Já na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, os avanços foram de 17,3% no PIB da União Europeia, de 12,2% no dos Estados Unidos e 7,5% no do Japão. Especificamente na China, a desaceleração de 18,3% na variação do 1º trimestre para 7,9% na do PIB do 2º trimestre pode ser explicada por um desequilíbrio da economia interna, com menor demanda doméstica e maior venda para o exterior.
Entre os fatores de incerteza que são capazes de interferir na dinâmica econômica dos países está o avanço e o surgimento de novas cepas do coronavirus causador da Covid-19, que podem gerar contrações pontuais dos setores como tem ocorrido com a paralisação das atividades portuárias na Ásia. Alguns países e empresas têm optado pela cautela na retomada das atividades, tais como a preservação do uso de máscaras, do distaciamento social e do teletrabalho.
Gráfico – Variação (%) do PIB de países selecionados – em relação ao trimestre imediatamente anterior
Fonte: BEA, Eurostat, ESRI, National Bureau of Statistics of China.
Elaboração: Ideies / Findes
O resultado do PIB do Brasil referente ao 2º trimestre está previsto para ser divulgado no dia 1º de setembro, de acordo com o calendário do IBGE. E o IAE-Findes, indicador que estima o PIB do Espírito Santo, também será apresentado no começo do próximo mês.
- Confira abaixo os destaques das demais seções da publicação do BEC de agosto:
Atividade Econômica
O indicador mensal de atividade econômica do Banco Central, que pode ser interpretado como uma prévia do PIB, avançou 13,2% no Brasil e 11,1% no Espírito Santo no 2º trimestre de 2021 frente ao 2º trimestre de 2020. Estes resultados são explicados, em parte, pela base de comparação deprimida em função dos efeitos econômicos provocados pela pandemia em 2020. Na comparação com o 1º trimestre deste ano, a economia nacional permaneceu praticamente estável (0,1%), ao passo que a capixaba cresceu 2,0%.
Desempenho Industrial
No 1º semestre do ano, frente ao mesmo período de 2020, a indústria geral do Espírito Santo cresceu 11,3%, impulsionada pelo desempenho da indústria de transformação (29,5%), já que a indústria extrativa apresentou comportamento negativo (-14,1%). Na comparação em 12 meses até junho, a indústria capixaba acumulou alta de 0,6%, primeiro resultado positivo nesta base de comparação desde dezembro de 2017.
Preços, Juros e Crédito
Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o Brasil registrou alta de 8,99% nos últimos 12 meses encerrados em junho. O IPCA da Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV) alcançou uma variação de 9,61% em 12 meses. Para o IPCA da RMGV, os grupos que mais contribuíram para esta alta foram transportes (16,74%), alimentação e bebidas (14,73%) e artigos de residência (12,22%). Diante deste cenário e da deterioração das expectativas de inflação para 2021, nos dias 03 e 04 de agosto, o Comitê de Política Monetária (Copom) realizou a 240ª reunião e decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic em 100 pontos-base, ou seja, de 4,25% para 5,25% ao ano.
Finanças Públicas e Estaduais
As receitas públicas totais, acumuladas de janeiro a julho deste ano, somaram R$ 10,7 bilhões, o que corresponde a um aumento real de
6,0% em relação ao mesmo período do ano passado. Nessa base de comparação, as despesas totais cresceram 1,7% e resultaram no montante de R$ 8,2 bilhões. Pelo lado da receita, a elevação de 6,0% foi impulsionada pela arrecadação tributária e pelas transferências correntes, que cresceram 16,4% e 0,9%, respectivamente, no acumulado do período. E pelo lado das despesas, a conta Demais Despesas aumentaram 10,8%, contribuindo para o crescimento das despesas totais, já que os gastos com Pessoal e Encargos Sociais e os Investimentos recuaram -3,0% e -6,2%, respectivamente, no acumulado do ano.