Aperto monetário e desaceleração global elevam os riscos para o comércio externo em 2023

Com o fim do ciclo de aumento de juros previstos para o ano que vem, OMC projeta crescimento de apenas 1% no volume do comércio internacional

Em meio à intensificação dos ajustes monetários em economias centrais (com exceção da China), as perspectivas para o crescimento da atividade econômica global continuam apontando para uma desaceleração no fechamento de 2022 e no início de 2023. Além desse, somam-se outros desafios relevantes à nível internacional, como os conflitos geopolíticos, a resiliência inflacionária, a crise energética e a normalização das condições sanitárias.

Esse cenário internacional menos favorável ao comércio exterior, com baixo crescimento das economias avançadas e redução na cotação das commodities, já se mostra por meio da estabilidade das exportações capixabas. Nos primeiros nove meses do ano, o Espírito Santo vendeu ao mundo o equivalente a US$ 7,06 bilhões. No entanto, esse valor é apenas 0,1% acima do comercializado no mesmo período de 2021 (US$ 7,05 bilhões).

Destaca-se, porém, que as importações atingiram US$ 7,08 bilhões entre os meses de janeiro e setembro de 2022, apresentando crescimento de 54,3% na comparação com 2021.

O saldo comercial decorrente da diferença entre as exportações e importações foi de déficit na ordem de US$ 18,1 milhões. No mesmo período do ano passado, a balança comercial capixaba havia registrado um superávit de US$ 2,4 bilhões (gráfico 1).

 

Por outro lado, em relação à corrente de comércio capixaba, que consiste na soma das exportações e importações, o valor somou US$ 14,1 bilhões e foi o maior patamar atingido pelo indicador nos últimos dez anos.

Entre as atividades exportadoras do estado, vale destacar o bom desempenho dos produtos das indústrias de transformação. O total desses bens enviados ao exterior industrial somou US$ 3,5 bilhões entre janeiro e setembro deste ano. O montante foi 13,7% superior aos US$ 3,08 bilhões exportados no mesmo período de 2021 (gráfico 2). Esse foi o melhor resultado para os primeiros nove meses do ano para esse setor industrial na série histórica iniciada em 1999.

Para os próximos meses, a OMC (Organização Mundial do Comércio) atualizou a previsão de crescimento do volume de comércio global em 2022, de 3,0% estimada em abril, para 3,5% em outubro. Esse patamar está bem abaixo do registrado no ano anterior, 9,7%. Ainda nesse cenário de desaceleração, a instituição revisou para 1,0% a expectativa de crescimento do comércio de 2023, frente a previsão de 3,4% feita em abril deste ano.

Essa forte contração, por sua vez, está relacionada à expectativa de queda da demanda internacional, à medida que as atividades econômicas das principais economias mundiais sejam afetadas pelos apertos monetários ainda em curso. Muitos países, a exemplo dos Estados Unidos, Inglaterra, e Canadá, continuam a sofrer com a persistência inflacionária. Por essa razão, o ciclo de aumento dos juros ainda não foi finalizado, postergando para 2023 parte relevante do efeito contracionista do aperto nas condições monetárias.

Marília Silva - Gerente Executiva
Economista, Doutora pela FGV-SP e Mestre pela UFRGS, com experiência em pesquisa econômica e atuação no Ideies desde 2017. Lidera o Observatório da Indústria da Findes, referência em inteligência analítica e desenvolvimento industrial no Espírito Santo.

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Carolina Ferreira - Gerente de Estudos Estratégicos
Internacionalista, Mestre em Economia pela UFES e especialista em Gerenciamento de Projetos. Experiência em comércio internacional e avaliação de políticas públicas.

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Nathan Marques Diirr - Gerente de Ambiente de Negócios
Economista, mestrando em Economia pela UFES, com interesses em regulação, petróleo e gás, infraestrutura e ambiente de negócios.

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Suiani Febroni - Gerente de Inteligência de Dados e Pesquisas
Economista, Mestre pela Unicamp, com mais de 10 anos de experiência em dados, indicadores complexos, avaliação de impacto e estudos sobre mercado de trabalho, educação e saúde.

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Mayara Bertolani - Coordenadora de Projetos e Operações
Economista, Mestre pela UFES, cursando MBA em Gestão de Projetos. Experiência em gestão de projetos, planejamento orçamentário, compras e análise econômica.

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Balmore Alírio Cruz Aguiar - Analista de Estudos e Pesquisas Sênior
Economista, mestre e doutorando em Economia pela Unicamp, com experiência em economia industrial, aplicada, desenvolvimento regional, conjuntura econômica e mercado de crédito.

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Bruno Novais - Analista de Estudos e Pesquisas Pleno
Economista e mestrando em Economia pela UFES, com experiência em pesquisas primárias e estudos econômicos e conjunturais.

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Flaviana Santos - Analista Administrativo Pleno
Administradora, com experiência em secretariado, comunicação, mídias digitais e pesquisas. Responsável por compras, tarefas administrativas, controle patrimonial e apoio à comunicação.

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Grazielly Rocha - Analista de Estudos e Pesquisas Sênior
Economista pela UFES, com experiência em manipulação de dados, modelagem e indicadores de educação.

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Isabela Passoni Bucher - Cargo/Função
Mestranda em Economia na UFES, Bacharel em Economia Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

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Neuzilene Lima Costa - Analista de Projetos JR
Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Maranhão-UFMA

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Ingred Meira - Analista de Projetos Pleno
Administradora pela UVV, pós-graduada em Gestão de Pessoas pela FGV, com experiência em organização de projetos de pesquisa, análise de dados, controle orçamentário, compras e eventos.

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Jane Machado - Analista de Estudos e Pesquisas Pleno
Administradora formada pela Faesa, com experiência em marketing de produtos, atendimento ao consumidor, pesquisa primária e estudos setoriais.

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João Vitor Soares - Estagiário de Nível Superior
Estudante de Economia pela UFES, com experiência em pesquisas de conjuntura, monitoria em Contabilidade Social e atuação em análise de dados conjunturais.

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