O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou em 30/01/2025 as informações do Novo Caged referentes à movimentação do mercado de trabalho formal no fechamento do ano de 2024.
Os dados do Novo Caged mostraram que o mercado de trabalho formal capixaba registrou a criação de 35.056 postos formais de trabalho em 2024. Esse resultado decorre da diferença entre 561.986 admitidos e 526.930 desligados entre janeiro e dezembro de 2024.
No período, com exceção da agropecuária (-469), todos os demais setores da economia capixaba registraram saldos positivos de emprego: serviços (+18.440), indústria (+9.535) e comércio (+7.548). Com isso, o Espírito Santo apresentou um total de 909.384 empregos formais ao final de 2024, um crescimento de 4% em relação ao que foi registrado em 2023.
Paralelamente, o mercado de trabalho nacional registrou a criação líquida de aproximadamente 2,2 milhões de novos postos formais de trabalho em 2024. Assim, o estoque de empregos formais no país atingiu a marca de 47,2 milhões ao final de 2024, 3,7% a mais do que o total de empregos registrado em 2023. A geração das novas vagas no país foi liderada, em especial, pelos estados de São Paulo (+459,4 mil), Rio de Janeiro (+145,2 mil) e Minas Gerais (+139,5 mil).
Resultados setoriais
No acumulado do ano até dezembro de 2024, com exceção da agropecuária (-469), todos os demais setores da economia capixaba registraram saldo positivo de postos formais de trabalho: serviços (+18.440), indústria (+9.535) e comércio (+7.548).
O setor de serviços foi impulsionado, principalmente, pelas atividades de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (+7.824) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (+5.888).
Já os segmentos industriais que mais ampliaram postos foram as indústrias de transformação (4,7%) e as indústrias de construção (4,58%). Das 24 divisões de atividades da indústria de transformação, 18 registraram a criação de novos empregos no ano, com destaque para abertura de postos nas atividades de fabricação de outros equipamentos de transporte, como embarcações e aeronaves (+1.514) e de fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (+1.049). Já na Construção, os serviços especializados para construção (+2.260) e a construção de edifícios (+1.097) impactaram positivamente o setor, enquanto as obras de infraestrutura (-394) apresentaram saldos negativos, afetadas principalmente pelo fim das grandes obras públicas nos últimos meses do ano.
Por sua vez, a criação de postos formais em 2024 foi impulsionada tanto pelo comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas (+3.262), como pelo comércio varejista que criou 2.425 novos postos formais de trabalho.
Por fim, a agropecuária registrou a perda de 469 postos formais de trabalho em 2024, resultado puxado, sobretudo, pela perda líquida de vagas de emprego com carteira assinada nas atividades de produção florestal (-261).
Municípios do ES
No estado, 66 dos 78 municípios capixabas registraram resultados positivos na geração de novas vagas formais de trabalho em 2024, sendo Serra (+5.679), Vila Velha (+5.514) e Vitória (+5.291) os municípios com os maiores saldos líquidos entre janeiro e dezembro. Por outro lado, os municípios que encerraram postos de emprego formal no período foram: Rio Novo do Sul (-1), Irupi (-3), Ibitirama (-17), São Domingos do Norte (-22), Boa Esperança (-33), Alto Rio Novo (-37), São Roque do Canaã (-43), Marilândia (-56), Colatina (-107), Pinheiros (-109) e Alegre (-191).
Diferenças metodológicas entre o Caged e o Novo Caged
De 1992 a 2019 as informações sobre o mercado de trabalho formal foram registradas e divulgadas como fonte pelo Caged. A partir de janeiro de 2020, estas passaram a ter como fonte o Novo Caged.
O Novo Caged conta com as informações do eSocial. O eSocial foi instituído em pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, com objetivo de concentrar em um único sistema diversas informações de empresas e trabalhadores, unificando registros fiscais, previdenciários e trabalhistas. Além do eSocial, o Novo Caged incorpora imputação de dados que vem do antigo Caged e do Web empregador, para complementar informação de desligamento. É, portanto, mais abrangente do que o Caged que só concentrava informações de admissões e desligamentos sob o regime CLT.
A captação de registros de admissões e desligamentos pelo Novo Caged passou a ter maior cobertura, dado que, além dos empregados sob o regime CLT, passou a cobrir os trabalhadores temporários, trabalhadores avulsos, agentes públicos, trabalhadores cedidos, dirigentes sindicais, contribuintes individuais e bolsistas. Estes não eram registrados no Caged ou a declaração era opcional, como a de vínculos temporários, o que para o Novo Caged passou a ser obrigatória. Com estas modificações, o volume das movimentações captadas pelo Novo Caged tende a ser maior. Estas diferenças de captação prejudicam a comparação da série ao longo do tempo, a qual deve ser realizada com as devidas ressalvas metodológicas.